segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Os três "PARÁS"



É difícil identificar, quando observamos o atual mapa do Estado do Pará, as províncias que buscam sua autonomia administrativa. De um lado, composta pelas riquezas minerais e um povo totalmente alheio às raízes culturais tipicamente paraoaras, está o Carajás. Por certo, sua colonização se deu de maneira totalmente alheia às tradições mais íntimas do Pará legítimo, acrisolando em seu seio, uma gama de forasteiros, que apenas se locupletaram das riquezas de nosso território. Por outro lado há o Tapajós, que reclama ter sido, ao longo de toda a história do Pará imperial ou republicano, vilipendiado, sofrendo o abandono.

A bem da verdade, não é a primeira vez que amputam do Pará a condição de um Estado de proporções continentais. Tal foi com o esfacelamento da Província do Grão - Pará, posteriormente, com a autonomia do Estado do Maranhão. Depois, mais recentemente, com a autonomia do Amapá, que deixou de pertencer ao Pará com a constituição daquela região primeiro em território federal para posteriormente, com a Carta Magna, tornar-se Estado.

Qual o resultado disto tudo para Pará e para os paraenses? Considero, sim, claro, os pontos negativos, pois é muito complicado administrar um território extenso, a exemplo do Amazonas e de suas cidades perdidas na floresta. Contudo, a dinâmica da economia provocou esta centralização em pólos, sendo neutralizada ou até mesmo prejudicada pela nociva centralização administrativa em Belém, ocasionando o inchaço da cidade, e seus consequentes problemas urbanos, que dispensam comentários.

A emancipação do Carajás e do Tapajós irá, com absoluta certeza, amputar a tradição e a história expansionista do Pará. Haverão outras alternativas para a solução dos conflitos agrários, bem como uma maior mobilidade na administração pública, possibilitando, com isso, melhores condições para a iniciativa privada. De igual maneira, permitirá o atendimento mais legítimo e próprio das realidades distintas destes povos, bem como a construção de novas sociedades, inspiradas, quem sabe, na expectativa da ética e da moralidade, em favor do bem comum.

O Pará, com sua vocação exportadora, por certo há de lucrar muito mais com o desmembramento destas áreas, proporcionando, ainda, aos Municípios Paraenses que estiverem na circunscrição original, melhor distribuição da renda, infra-estrutura e coordenação administrativa.

Assim, somos pelo SIM ao Carajás e SIM ao Tapajós.

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