quinta-feira, 14 de julho de 2011

LOBOS VESTIDOS DE CORDEIRO!




Um recente acontecimento envolvendo um autoproclamado pastor de uma cidade do interior do Pará, chamou a atenção mais uma vez para a necessidade de se analisar, com frieza e de forma meticulosa, o papel que muitos homens tem usurpado, com o interesse vil de se locupletar, face a dependência espiritual de muitos por ai a fora. A notícia de um suposto sequestro, ou algo parecido, deste indigitado cidadão, fez com que diversas famílias, fiéis de sua denominação e um sem número de evangélicos, em geral, experimentasse um misto de sentimentos, há muito esquecido pelas antigas gerações e totalmente novos, para as gerações mais recentes: o constrangimento pela perseguição em nome do evangelho.

Relembremos os fatos: Há alguns dias atrás, este cidadão, que ocupa cargo secular no governo municipal de outra cidade, vários quilômetros distante de seu domicílio, desapareceu sem deixar vestígio algum. Entre uma e outra tentativa de contato via telefone móvel, alguém que conseguira completar a ligação, pode ouvir do outro lado da linha, gemidos, como de alguém que estivesse agonizando, ou algo semelhante. Por certo, o desespero era inevitável e o pior foi pensado. Em tempos em que a violência gratuita é uma constante e a vida perdeu o valor do vintém, qualquer motivo é motivo para se matar. No entanto, as autoridades e a grande imprensa já haviam tomado conhecimento do sumiço do referido “pastor”, o que causou polvorosa na cidade onde o mesmo exerce suas “atividades episcopais”. Uma verdadeira rede de preces envolveu quase todas as igrejas evangélicas da cidade que, em uma demonstração clara e inequívoca de espírito fraterno e solidariedade, se uniram em oração, em prol deste suposto refém de sequestradores. O desfecho deste caso, revelou-se, entretanto, um verdadeiro circo mambembe, revelando o caráter dúbio, inverossímil e pérfido, desta pseuda vítima, caindo por terra, assim, sua encenação nada graciosa.
É bem sabido, estimados leitores, que o crime é um dos chamarizes mais macabros, da atenção humana. Um acidente de trânsito acumula vários curiosos ao redor dos destroços, um assalto consegue atrair diversos indivíduos. Tenho a impressão de que o escarlate do sangue, quando sai das veias, possui um magnetismo funesto! Quando o meliante cai na desgraça de ser pego pela população, aí é que brotam humanos em fúria, como que da flor da terra, para fazerem “justiça particular”. Neste caso, um crime supostamente perpetrado contra quem consegue, com certa facilidade, reunir em torno de si, pessoas sinceramente devotadas e em busca de um alívio espiritual, o estardalhaço alcançaria proporções imensuráveis. E alcançou.
Há muito tempo se tem visto na imprensa e mesmo no domínio público, uma intensa e implacável hostilidade à toda e qualquer liderança evangélica, indistintamente. Muito embora os evangélicos sejam tão desunidos institucionalmente, há o velho hábito de se generalizar, misturando cristão reformado com neopentecostal, pentecostal com adventista, entre outros, proporcionando um intenso mal estar dentro e fora das igrejas. Contudo, para os cristãos evangélicos, isto é nada mais que o cumprimento das palavras de Cristo, ao informar aos seus discípulos, entre outras coisas, que, em termos bem populares, “seguí-Lo, não era um mar de rosas!”. Contudo, da mesma forma que alertou que no final dos tempos, milhares viriam em Seu nome, operando inclusive milagres, contudo, não teriam parte com Ele. Ou seja, puro ilusionismo e pirotecnia espiritual, em nome de Deus, enquanto que Deus nunca estivera ali.
Isto tem sido prática reiterada em nossa sociedade: pastores que conseguem arrecadar rios de dinheiro, com a venda de indulgências, orações poderosas, óleos e amuletos miraculosos, promessas de enriquecimento e prosperidade, e um sem número de argumentos vazios e evasivos, infundados, antibíblicos e desprezíveis, se proliferam como amebas no intestino! Não seria diferente, no caso acima citado, eis que a mídia, a comoção popular, a manipulação das massas é, sempre foi e nunca deixará de ser objetivo implícito, porém escancarado, de homens, como o nosso “suposto sequestrado”. No entanto, também um incontável número de igrejas, pastores, líderes e cristãos, de um modo geral, que procuram viver de maneira ética e correta, pautando-se na honestidade e na dignidade, sendo cidadãos úteis à sociedade e interagindo de maneira benéfica na comunidade em que estão inseridos, são agentes de melhorias sociais e espirituais, quer pelo testemunho de vida, quer pelas lições e ensinamentos que são repassados no convívio e na vida cotidiana. Isto é perceptível em qualquer lugar, sejam em presídios, hospitais, corporações militares, escolas, entre outros. Este é o exemplo do verdadeiro cristão, que foge dos holofotes da vaidade humana, e age no sentido de que Jesus Cristo cresça, e não o ego do homem.
Confesso que até agora não entendi a razão desta encenação nojenta! Seria uma estratégia malfadada de impacto social? Ou uma forma de alcançar a comoção e a piedade pública? Seria ainda mais uma de suas “lambanças teológicas” ou até mesmo, quem sabe, um apimentado caso extraconjugal? E as especulações não param por ai, porque nenhuma justificativa plausível se deu... e nem se tinha a obrigação de dar, eis que vivemos, graças a Deus, em um país livre! Contudo, tornar-se líder e legitimar-se como tal, de qualquer forma, seguido por fiéis, muito embora sendo este líder, infiel, acompanha uma enorme responsabilidade. Por certo, muitos sonhos, dramas, necessidades e dilemas foram revelados para este LOBO VESTIDO DE CORDEIRO, e agora, seus confessantes encontram-se perigosamente expostos, à extorsão, à chantagem, à execração ou à ridicularização coletiva; à mercê de seus caprichos apocalípticos, suas mesquinharias proféticas e suas instabilidades emocionais, herança de um passado maculado e entorpecido por substâncias nada agradáveis.
Lamento muitíssimo pela família deste insano. Com sinceridade! Que pena é poder conviver com bipolares. Nunca se sabe quando ele está no seu normal, ou no seu irracional, quimérico. Lamento ainda pelos fiéis, que o acompanharam por algum tempo. A decepção é uma lâmina afiada que corta e fere qualquer superfície que encontre, ainda mais se esta decepção for oriunda de uma descoberta de um passado de inverdades, de um presente de insanidades e em vista de um futuro de incertezas. Haverão, sem dúvidas, aqueles que continuarão ainda o acompanhando. Nestes, o veneno pode ter sido mais forte. Quiçá não se torne letal e irreversível.
O mundo é muito grande, e ao mesmo tempo muito pequeno. O tempo passa parcimoniosamente, mas de igual modo é demasiado rápido. A sociedade, está cansada de crimes, escândalos, sensacionalismo barato e vil. Caminha nauseante, moribunda, convalescente, tétrica, diante de fatos como o arquitetado pelo suposto “refém”, o sonhador episcopal.
Aos que foram vitimas de sua fraudulenta vitimização, minhas sinceras condolências. Um conselho: se depois de tudo isso, suas vidas espirituais encontram-se firmes na Palavra de Deus, busquem uma Igreja decente, cristã, apostólica, reformada e bíblica, de preferência aquelas onde o pastor não costuma espoliar seus bolsos, mas que preenche seus corações com a paz e a verdade da fé. Aos que ainda assim, insistirem em render salamaleques ao “falso mestre”, o Escariotes do cristianismo contemporâneo, o “Ficha-Suja” celestial, fica a lembrança de que Cristo os julgará.
Por fim, ao quimérico sacerdote, minha orientação mais leal: Aproveite enquanto o sol brilha para justos e injustos e as madrugadas escondem até mesmo as fissuras da terra, para renunciar sua arrogância, mesquinharia e falsidade, e com humildade, retratar-se publicamente, isto claro, antes de limpar este lugar de sua infecta personalidade. Que Deus tenha misericórdia de você, porque presumo que muitos, aqui na Terra, certamente não terão.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

domingo, 3 de julho de 2011

PROTESTO CONTRA A TECNOLOGIA

Quando alguém ler este texto, certamente já consumiu alguns milhares de kilowats de energia, alguns bytes de seu modem, (isto se ele conectar de primeira), causou dispêndio de dinheiro e gasto de qualquer coisa não renovável, para o pânico dos ativistas do meio ambiente. Quando alguém ler este pequeno escrito, de alguma forma já, antes, sondou o que o amigo ou o colega, ou ainda aquele(a) sujeito(a) investigado, anda pensando, através de seus informes no Twitter ou no Facebook, ou a grande última novidade da moda, da tecnologia, do mundo estranho e das artes, nos sites de noticias. Já deve ter pesquisado seu próprio nome em todos os sites de buscas, os nomes dos conhecidos e ainda teve a ousadia de pesquisar nas imagens, justamente para ver se a fotografia do “ser” amado (ou odiado) anda a passear pelo mundo virtual.
Quando alguém ler este texto, certamente não pensou que há vinte e poucos anos atrás, no tempo em que teclado só servia para tocar acordes na igreja e que números em teclas só existiam nas calculadoras, alguém, com aquelas vetustas cartilhas do ABC e aquele lápis de madeira não reflorestada, em uma sala de aula empoeirada de giz branco e colorido, estava a disciplinar, doutrinar, instruir e ensinar estes que hoje, abandonariam fácil as canetas, os cadernos, pelos notebooks, IPads, IPods, e todos os sugestivos aparelhos do novo mundo!
Em um tempo não muito distante, quando convivíamos com nomes americanizados apenas oriundos dos filmes de faroeste, de guerra ou ainda das aventuras infantis, milhares de meninos, hoje a nova geração de pais e mães que vivem as mesmas preocupações que davam para seus respectivos pais, olham para aquele passado e recordam que vivíamos, de fato, uma liberdade plena e perene. E porque hoje não podemos nos vangloriar das enormes vantagens que a tecnologia nos trouxe? Porque simplesmente deixamos de viver nossas vidas, para que máquinas e aparelhos eletrônicos vivam por nós. Conhecemos e nos tornamos conhecedores de centenas de milhares de pessoas, no mundo cibernético. Ali somos extrovertidos, humorados, sedutores, desavergonhados (nos dois sentidos do termo). Mas uma simples conversa com um vizinho ou um amigo, é praticamente uma raridade. De repente, nestes dias, as pessoas deixaram de cultivar o calor de um abraço ou de um aperto de mão, para botões e teclas que insistem em tentar medir o grau de amizade e importância que aquela amizade tem para este ou aquele sujeito. E no entanto, glorificam a tecnologia como modificadora, revolucionária, agente de um grande fator de crescimento.
Sim, não tenho dúvidas! A tecnologia modificadora transformou seres humanos, em quase-máquinas, provocou uma revolução negativa, desumanizando as relações sociais e interpessoais, fez crescer o individualismo, o egoísmo, a superficialidade das relações e pior que tudo, está formando uma pátria de tecnomaníacos, que dentro de um universo de milhares de pessoas, se sentirá isolado não por deixar de conhecê-las, mas por não estar conectado à grande rede. O mundo sim, perdeu suas fronteiras, mas também perdeu os limites: do bem e do mal, do justo ou do injusto, do aceitável ou inaceitável, moral ou imoral. Perdeu as noções, os parâmetros, os guias sociais e as tradições, transformando o homem em apenas números, desassistidos de sentimentos, ignóbeis, mortos!
Transformou homens em meros agentes operacionais, que precisam se render aos complexos algoritmos da tecnologia, para poder ganhar o pão, que até pouco tempo atrás se podia fazer dentro de casa. Transformou homens em seres inertes, que perdem a paciência fácil, adquirindo moléstias modernas: eis o stress! Violou nossa liberdade de comunicação ao monopolizar os sinais eletrônicos, colocando-nos à mercê de seus caprichos. Impôs até mesmo nossa indumentária! Modificou nossa etiqueta social, e transformou em démodé tudo o que era humano! Somos, enfim, o arquétipo do sonho (ou pesadelo) de Isaac Asimov.

Manifesto aos Computadores

Devolva, máquina maldita, a magia da vida a esta geração! Para o inferno com seus bytes! Enfie bem fundo em suas Portas USB´s sua arrogância fria! Liberte os homens que hipnotizas, as mulheres que enganas e as crianças que escravizas! Reconheça a sua insignificância de máquina, que foi criada para o meu bem estar, e não para a minha tormenta! Reduza-se à sua transitoriedade e descartabilidade! Você não é insubstituível! Por certo, hei de ser apedrejado pelos seus escravos, mas talvez, este leve toque de messianismo cultural há de deter, tua manifesta e destrutiva missão!
Jamais hás de reproduzir com perfeição o gorjeio do pardal, o calor do sol, o perfume das rosas, a imensidão do mar, a pureza da brisa matinal, a emoção do primeiro beijo, a doçura do mel da abelha silvestre! Nunca serás meu deus, nem te prestarei culto! Certamente, hei de te descartar, quando não mais estiveres à altura da minha perfeição de ser humano!